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Nada é por acaso é um filme nacional baseado no romance espírita homônimo, de Zíbia Gasparetto estreou dia 17 nos cinemas

Sinopse

Marina (Giovanna Lancellotti) volta de uma viagem com cinco milhões de reais em sua conta. Agora, ela só quer seguir em frente sem olhar para trás e encarar o que fez. Contudo, os encontros constantes entre Marina (Giovanna Lancellotti), Maria Eugênia (Mika Guluzian), Henrique (Tiago Luz) e o filho do casal, não podem ser apenas uma coincidência. As duas mulheres vão descobrir que estão unidas por laços de amor e amizade que remontam para além dessa vida.

O filme foi dirigido por Marcio Trigo, diretor de grandes sucessos da TV, é baseado no famoso livro homônimo de Zibia Gasparetto, uma das mais conhecidas autoras de histórias espíritas.

Como espiritualista, sou inclinada à apreciação de tramas atravessadas por tais temáticas, uma vez que fazem sentido para mim. Mantendo (ou tentando!) uma visão mais imparcial da obra, afirmo ser um filme que vale a pena ver. O roteiro é bem construído, fiel ao livro e as atuações são realmente boas.

A história é contada em linhas de tempo distintas, o momento presente e em uma encarnação passada das quando as personagens, mostrando o “nó” que as ligavam e os aprendizados necessários para dessa existência. E os nós, desamarrados pouco a pouco pela história, nos mantêm atentos ao desfecho – que foi bem emocionante e me fez sair aos prantos da exibição. A presença de uma mentora espiritual, que se comunica por meio dos sonhos com a protagonista, também é um dos pontos da doutrina espírita presente no filme.

Uma das cenas do filme que mostram uma vida passada de Marina (Giovanna Lancellotti) e Maria Eugênia (Mika Guluzian).

Outros pontos que me cativaram é ser simplesmente uma história. Não há didatismo ou doutrinação. Além disso, não senti machismo ou julgamento na construção das personagens mulheres peças chaves da história. Sempre que falamos de pautas religiosas ou doutrinárias, esse viés corre o risco de impregnar a narrativa, o que, felizmente não aconteceu.

Dias após assistir ao filme, pude participar da coletiva de imprensa com os atores e o diretor do filme, realizada dias depois do segundo turno das eleições. Questionei se em tempos de assustador retrocesso, com o avanço da extrema-direita e seus pudores que condenam filosofias e religiões diferente da deles, como seria divulgar um filme baseado em um romance espírita.

“Hora de todos entenderem que nada é por acaso, inclusive que um foi eleito e o outro, não“ disse a protagonista Giovana Lanceloti. Em concordância, o restante do elenco defendeu as liberdades individuais e apontaram a arte como uma livre manifestação.

Crenças à parte, que as histórias se mantenham livre de achismos e de proselitismo. Quer quer assistir a filme de romance dramático, Nada é por acaso é uma boa pedida.

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